Historia contada por Pierina Volpin ao seu neto Lorenço Masiero:

Revisado em março de 2017

  1. Pierina Volpim que nasceu em 28 de junho de 1864, na localidade de Casalserugo na região do Veneto proximo a cidade de Padova no norte da Italia. Era filha de Luigi Volpin e de Luigia Noenta, desde pequena compartilhava das dificuldades de seus pais e de seus avós na obtenção dos sustento da familia como agricultores. O donos das terras exploravam seus empregados, que plantavam os produtos agricolas, financiavam no fornecimento da alimentação, mas por terem dificuldades e pouca formação educacional, eram facilmente enganados na hora da repartição da colheita entre os empregados. Via de regra ficavam sempre devendo aos seus patrãos.

  2. Ao crescer conheceu Lorenzo Masiero que era filho de Luigi Angelo Masiero e Anna Garbo e eram vizinhos na localidade de Albignasego, que também vinha de familia de agricultores, sofrendo as mesmas agruras da familia de Pierina. Casou em Casalserugo no inverno frio do mes de outubro de 1889, ela com 22 anos e ele com 23 anos e foram morar em Albignasego, proximo do sogro. As dificuldades aumentaram pois com a unificação da Italia em 1870, o governo impos taxas de impostos a todos os produtos inclusive os de seu proprio consumo e até mesmo de animais domésticos.

  3. Em 1889 Luigi Masiero começou a incentivar os seus filhos a imigrar para o Brasil. em 1891 reuniu seus filhos Lorenzo com 22 anos e ja casado, Carlo com 21 anos e já casado, Natalina com 19 anos e já casada, Ferdinando com 16 anos e solteiro e Angelo com 9 anos e decidiram-se imigrar para o Brasil. Reuniram suas economias e somente acompanharam Luigi Masiero e Anna Garbgo os filhos Lorenzo, Ferdinando e Angelo, os demais resolveram ficar na Italia e lá seguirem seus destinos. Partiram de Albignasego e rumaram para o porto de Genova , de onde partiam os navios em direção ao Brasil.

  4. Em Genova tomaram as vacinas necessárias para poder viajar, e embarcaram no vapor (ainda não identificado) , o barco partiu co capacidade maxima de aproximadamente mil pessoas. O dinheiro que dispunham só permitiu viajar na terceira classe, o barco tinha nove pavimentos, os dois mais ao fundo era para carga o quarto e o quinto eram a terceira classe, os mais acima da segunda e primeira categoria. Durante a viagem era comum surto de piolhos, e doenças comuns eram sarampo, varíola e cólera. Quando alguém morria o corpo era colocado em um saco de lona e algumas pedras de carvão mineral e após rápida cerimonia relogiosa era lançado ao mar, esse procedimento era normal para evitar o contágio dos demais passageiros. As vezes durante a viagem o capitão permitia que os passageiros da terceira classe saíssem do porão para tomar ar fresco e caminhar um pouco ao sol pelas passarelas do barco.

  5. Mas o fato relavante foi que o vapor quebrou uma peça do motor, e durante os 2(dois) dias em que demorou o concerto o barco ficou a deriva, afastando-se de sua rota, deixando angustiados os passageiros que imaginavam os piores finais para aquela viagem. Mas após quase 40(quarenta) dias de viagem, o normal seria 30(trinta) dias, o barco ancorou na ilhas das flores no Rio de Janeiro, onde o governo brasileiro instalou uma Hospedaria de Imigrantes, para receber os estrangeiros que desembarcavam no brasil e que posteriormente rumariam para as areas de colonização no sul do pais.

  6. O Luigi Masiero comprou o lote 116 e Lorenzo comprou o lote 126 em 30/04/1891 na linha Almeida na localidade de Santana, próximo do Rio da Prata, hoje municipio de Antonio Prado. Luigi não teve mais filhos no Brasil, e Lorenzo teve os filhos Palmira(1888), Maria(1890), Abramo(1892), Assunta(1897), Luiz(1899) e Baptista(1901).

  7. E essa historia foi contada pela Pierina a varios de seus netos, pois o avo Lorenzo morreu em 1925 e foi enterrado no cemitério rural de Santana, e a Pierina faleceu em 1948 e foi enterrada junto com Lorenzo no Cemitério rural de Santana em Antonio Prado.

  8. Historia contada por Pierina Volpin(1864) a seu neto Lourenço Masiero(1933), que a repassou para Emir Jose Masiero: